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Startup aposta em interesse de lojistas de veículos para impulsionar e acelerar vendas de carros usados
Vai começar o leilão! Quem dá mais? Foi apostando no modelo de leilão, mas com a cara da internet, onde quase tudo é imediatista, que Luca Cafici criou uma startup que conecta quem quer vender um veículo usado ou seminovo a lojas interessadas em comprar. Em até uma hora, a Instacarro leiloa o carro para qualquer interessado do país, desburocratizando e acelerando o processo de venda de veículos.
Como CEO da Instacarro, Cafici falou para o podcast Sala de Negócios, da Mazars. “A gente faz tudo, desde pegar o carro, fazer a documentação e entregar no endereço do lojista”, explica. A empresa cuida da avaliação criteriosa do veículo, tira fotos dos pontos positivos e negativos e divulga o carro no leilão online. “Usamos tecnologia para não ter erro humano no processo de avaliação e para promover o leilão. Lojas do Brasil todo participam. Isso é importante porque, às vezes, o lojista que poderia dar mais valor ao seu carro não está na sua cidade”, conta.
Com isso, aproveitam-se as diferenças de mercado em várias cidades, do mesmo Estado ou de outro. Segundo Cafici, essa facilidade é muito relevante sobretudo porque o mercado é muito pulverizado, embora seja o terceiro maior mercado de veículos do mundo.
Hoje, a InstaCarro tem uma rede de mais de 3 mil revendedores espalhados pelo país e já movimentou mais de R$ 1 bilhão em vendas. A empresa também recebeu R$ 200 milhões em aporte.
“Eu achava que existia uma resposta perfeita – ou um plano de negócios perfeito – para dar ao investidor. Mas na minha experiência percebi que o que importa é o relacionamento com ele ao longo dos anos. O desafio sempre está na execução”, diz.
O CEO recomenda começar o quanto antes o relacionamento com o investidor, se quiser que ele aporte no seu negócio no ano seguinte. “Fale para ele o que você está fazendo, mostre os resultados e a evolução da empresa”, recomenda.
Para ele, ainda, o empreendedor precisa demonstrar estabilidade e confiança diante das barreiras. Uma delas, atualmente, é a própria instabilidade do mercado brasileiro.
Para se ter uma ideia, as vendas do primeiro bimestre de 2022, para todos os segmentos automotivos em geral, caíram 13% sobre igual período de 2021, segundo a entidade.
Entre os fatores apontados como provocadores dessa situação, Cafici destaca a maior seletividade no crédito. O volume de financiamentos aprovados, que é o termômetro desse mercado, teve queda de 26% entre janeiro de 2022 e de 2021, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em fevereiro, os emplacamentos retraíram 5,6%, em relação a janeiro, e 10%, na comparação com fevereiro de 2021.
Segundo Cafici, embora o preço dos veículos tenha tido uma ligeira queda no início do ano, segue na contramão e continua subindo. Os chamados seminovos, com até três anos de uso, subiram 2,86% em fevereiro e os usados ficaram 1,87% mais caros.
O mercado ainda amarga escassez de veículos, em consequência da falta de insumos e componentes, mas renovou suas esperanças a partir da redução do IPI, que pode motivar novas aquisições nos próximos meses.
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