Hurb: plataforma de reservas começa a desenhar hoje sua viagem ao futuro

Se você não conhece ainda a Hurb, certamente vai se lembrar do Hotel Urbano, que comercializava cupons que davam direito a descontos ou o valor integral de uma grande gama de serviços, de passagens aéreas a jantares em restaurantes. Originada desse modelo de negócio, a Hurb sobreviveu à quebradeira da concorrência e hoje trabalha em um sistema distinto, especialista em pacotes de viagens nacionais e internacionais marcados com bastante antecedência (os pacotes promocionais são válidos geralmente por 1 ano).

A transição entre o modelo de negócio de cupons para a maior plataforma de viagens online da América Latina foi grande e permitiu a continuidade da empresa, que prosperou e já planeja o futuro. Allan Baptista, diretor de Novas Verticais da Hurb, falou sobre isso ao podcast Sala de Negócios.

“Estamos expandindo nossa plataforma e focando em algumas coisas que estavam de lado, como o do hoteleiro parceiro. Estamos focando em produtos e serviços, como o de crédito, um serviço de banking para facilitar os serviços financeiros e opções de publicidade que deem autonomia para o hoteleiro. Do outro lado, estamos criando produtos para nossa vertical de aéreo; já temos um protótipo em teste, e outros para produtos e acessórios, como seguro, aluguel de carros e transfers”, revela Baptista.

Tendência de booking direto

No longo prazo, afirma o diretor, a expectativa é de que uma nova disrupção aconteça, desta vez, “de dentro para fora da empresa”. Mesmo assim, ele já vislumbra outro movimento que pode afetar profundamente seu modelo de negócio.

A Hurb se apresenta como uma OTA, do inglês Online Travel Agency, ou, em português, Agência de Viagem Online. Ou seja, é um site especializado em venda de produtos de viagem para os consumidores. O sistema dá muito mais visibilidade ao hotel, mas exige uma comissão pela marcação de reserva (os hotéis podem pagar até 30% do valor da estadia reservada).

Como tal, ela centraliza na sua plataforma os conteúdos de viagem e redistribui os pagamentos aos fornecedores. Porém, a experiência anterior de mudança radical das condições de mercado mantém a Hurb atenta aos movimentos de mercado.

A empresa já vislumbra, por exemplo, uma tendência de descentralização das marcações de estadias. Segundo Baptista, quando a tendência se concretizar, o próprio hotel deverá se posicionar numa metabusca de reserva direta (direct booking) autônoma, como Google Hotel ou Trivago, eliminando a necessidade da intermediação hoje feita pela Hurb. “Os maiores hotéis já estão começando a fazer isso e já há serviços que estão buscando os médios. Daí, é um passo para chegar aos pequenos. As OTAs vão perder relevância nesse novo ambiente. A solução para nos protegermos é a gente entrar nesse mercado, mudando nosso business para um marketplace”, aponta.

Blockchain e NFTs

Se isso já não bastasse, há a entrada no mercado de uma nova modalidade de comercialização de passagens aéreas. As NFTickets (bilhetes em forma de NFTs, ou tokens não fungíveis) já são reais. Pelo menos duas grandes empresas já operam nesse sistema, mudando o sistema para o blockchain.

A NFTicket permite a troca de nome do passageiro mesmo após a compra, o que é vetado no sistema convencional de marcação de reservas aéreas. A tokenização possibilita a revenda e abre espaço para uma nova fonte de faturamento das companhias aéreas. O novo comprador poderá utilizar o token para emitir o cartão de embarque em seu nome em determinado voo, garantindo seu lugar no voo. De acordo com Baptista, a Hurb olha com atenção para essa possibilidade também.

Confira abaixo estas e mais experiências ouvindo o episódio completo do podcast Sala de Negócios.

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