Integração que gera valor: conectando operação, apoio e supervisão na gestão de riscos 

No ambiente corporativo atual, marcado por volatilidade, disrupção tecnológica e exigências regulatórias crescentes, as organizações enfrentam um dilema que vai muito além da conformidade: como transformar gestão de riscos, governança e controle em mecanismos de geração de valor.  

A resposta está na integração inteligente entre as três linhas de defesa — operação, funções de apoio e supervisão independente — em um modelo que transcende a hierarquia e se torna um ecossistema de confiança, colaboração e propósito compartilhado

A lógica das três linhas: clareza e convergência 

O modelo das Três Linhas do IIA (2020) consolidou uma visão moderna de governança: 

  • A primeira Linha — a gestão operacional — assume responsabilidade direta pela identificação e mitigação dos riscos inerentes à execução das atividades. 
  • A segunda Linha — formada por áreas como riscos, compliance, controles internos e segurança da informação — atua como mecanismo de suporte e monitoramento, promovendo orientação e consistência nos frameworks de gestão. 
  • A terceira Linha — a auditoria interna — oferece avaliação independente e objetiva à alta administração e ao conselho sobre a eficácia dos processos de governança, risco e controle. 

Mas, na prática, as fronteiras entre essas linhas são cada vez mais difusas. A integração efetiva entre elas é o que diferencia organizações reativas de empresas verdadeiramente resilientes. 
O IIA Global e a ISO 37000 reforçam que o objetivo não é isolar funções, mas garantir colaboração com independência — um equilíbrio entre “juntos, porém distintos”, capaz de ampliar a visão e reduzir pontos cegos. 

Governança viva: quando as linhas de defesa se encontram 

Na prática, a integração entre as linhas de defesa não é um exercício de organograma — é uma questão de governança viva. As organizações que conseguem transformar o modelo das três linhas em uma estrutura dinâmica de comunicação e aprendizado contínuo têm maior capacidade de antecipar riscos e fortalecer decisões estratégicas. 

A primeira linha, quando empoderada e bem orientada, deixa de ser apenas executora de tarefas e passa a ser protagonista na gestão de riscos. Isso requer maturidade gerencial, clareza de papéis e cultura de responsabilização. 

A segunda linha, por sua vez, precisa ser vista como um parceiro estratégico — não como um obstáculo burocrático. Sua função é criar coerência entre o apetite de risco, os frameworks de governança e as diretrizes de controle, conectando propósito e execução. 

Já a terceira linha, representada pela auditoria interna, precisa ocupar seu papel de assessora da confiança organizacional. Conforme destaca o IIA, a auditoria moderna é “baseada em valor” — orientada ao futuro, à inovação e à geração de insights que apoiem a estratégia corporativa. 

O poder da integração: do controle ao valor 

A integração entre as linhas de defesa é mais do que um exercício de eficiência operacional; é um diferencial competitivo
Organizações integradas apresentam maior agilidade na resposta a crises, menor redundância de controles e maior consistência de informações para o conselho e a alta administração. 

Segundo a ISO 37000:2021 – Organisational Governance – Guidelines, a governança efetiva depende de “verificações diretas, relatórios integrados e diálogo contínuo entre as funções de gestão, risco e auditoria”. 
Essa interação permite que as informações ascendam de forma estruturada, trazendo múltiplas perspectivas para decisões críticas. 

Mais do que linhas de defesa, tratam-se de linhas de criação de valor

  • A operação cria valor executando com qualidade; 
  • O apoio protege o valor, mitigando riscos e garantindo conformidade; 
  • A supervisão independente preserva e potencializa o valor, assegurando que decisões estratégicas sejam tomadas com confiança e integridade. 

Conselho, cultura e confiança: pilares da maturidade 

A integração entre as linhas de defesa exige patrocínio claro do conselho de administração e da alta liderança. De acordo com o white paper “Auditoria Interna – Aspectos Essenciais para o Conselho”, cabe ao board garantir que a auditoria interna tenha independência e acesso direto, e que as funções de riscos e compliance disponham de recursos e autoridade compatíveis com sua responsabilidade estratégica. 

Mais do que desenho estrutural, trata-se de cultura organizacional. A colaboração entre linhas depende da construção de um ambiente de confiança, em que as informações fluam sem medo de retaliação, e onde o erro seja tratado como oportunidade de aprendizado. 
Essa é a essência da governança que gera valor — uma governança que conecta, apoia e avança. 

O papel estratégico da auditoria interna nas linhas de defesa: de avaliadora a integradora 

O papel da auditoria interna na integração das linhas é cada vez mais estratégico. 
Além de avaliar a eficácia dos processos de governança e riscos, cabe à função promover convergência, identificar lacunas de comunicação entre as linhas e sugerir mecanismos que fortaleçam o fluxo de informação. 

Ao atuar como um agente de integração e aprendizado organizacional, a auditoria interna amplia sua relevância e se posiciona como um orquestrador de confiança — figura central no diálogo entre gestão, conselho e stakeholders externos. 

Três linhas de defesa e uma única direção 

Em tempos de transformação, a integração das linhas de defesa é o elo entre controle e inovação. A Forvis Mazars acredita que o modelo não deve ser visto como uma barreira entre funções, mas como um sistema interdependente que impulsiona a estratégia

Quando operação, apoio e supervisão atuam em sintonia, a organização deixa de apenas reagir ao risco — e passa a dirigir o risco como alavanca de valor e crescimento sustentável

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