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Inclusão financeira: mesada digital ajuda a educar as crianças para as finanças
Colocar nas mãos do filho um cartão de conta bancária e crédito faz com que ele gaste mais? Depende. Se, antes, ele não tinha qualquer autonomia para gastar dinheiro, a resposta é sim. No entanto, se a criança já ganhava mesada, talvez o cartão tenha justamente o efeito (educativo) contrário, gerando hábitos saudáveis e possibilitando maior inclusão financeira.
E elas são maioria. Atualmente, 76% das crianças brasileiras entre 10 e 17 anos recebem algum valor a título de mesada. Na classe AB, o percentual salta para 83%, segundo pesquisa encomendada pela plataforma digital mexicana Mozper, cuja proposta é colaborar para a educação financeira de crianças e adolescentes, sob supervisão dos adultos.
Isso é especialmente interessante visto que a maioria dos pais (75%) ainda controla as finanças dos filhos de forma manual, em planilhas ou comprovantes de pagamento, como notas fiscais. Isso em um mundo bastante digitalizado e bancarizado, o que impacta na inclusão financeira das crianças.
“Não faz sentido para as crianças e adolescentes de hoje entrarem em um banco. Esta geração é muito mais exigente”, afirma Mariana Rocha, head de Marketing da plataforma financeira Mozper, para o podcast Sala de Negócios.
Esta ideia se insere no conceito de youth banking. De acordo com a pesquisa da Mozper, a parcela das crianças que possuem cartão de crédito e conta corrente próprias já é de 32%.
“O cartão universitário já existia pensando nisso, mas não como hoje. Temos empresas agora pensando com esse foco. Os pais são responsáveis pelo consumo, mas muitas vezes os gastos são invisíveis. A ideia do youth banking é poder oferecer não só o acesso ao serviço financeiro, que os bancos digitais já estão de olho, mas também ensinar a criança a lidar com o dinheiro”, explica Mariana.
Algumas funcionalidades desse segmento foram pensadas nesse detalhe.
Em geral, a chave da operação é um cartão de débito pré-pago, cujo valor é definido pelos pais, que têm total controle sobre a conta.
A criança tem uma experiência prática em um ambiente seguro. Com o cartão físico, ela consegue fazer compras e saques (há também a opção de cartão virtual para compras online). Os tutores podem bloquear os gastos, por categoria, fixando limites para alimentação, entretenimento e saque em caixas eletrônicos.
“Tem de conversar com a criança de acordo com o contexto dela, trazendo a educação de forma lúdica. Para isso, trabalhamos três verticais: ganhar, poupar e gastar”, diz Mariana.
Para “ganhar”, a plataforma estimula tarefas remuneradas. Os responsáveis podem fixar dentro do aplicativo tarefas domésticas a serem executadas pelos filhos, como lavar a louça, limpar o quarto ou até de ler dado número de livros no mês. A criança cumpre a meta e libera um bônus no cartão.
O estímulo à vertente “poupar” é feito pela possibilidade de a criança definir depósitos de valores em uma espécie de poupança. Ela pode, por exemplo, aplicar o valor dos bônus que vai acumulando, para gastar em algo que seja planejado, como um novo videogame. “É o velho cofrinho, na versão digital”, compara Mariana.
Além da categorização dos gastos, definida pelos pais, o aplicativo conta ainda com outras funcionalidades como agendar transferências (não são cobradas as feitas via DOC, TED ou Pix e com o uso do cartão).
Confira abaixo o episódio completo do podcast Sala de Negócios.
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